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Read Ebook: Chronica de el-rei D. Pedro I by Lopes Fern O
Font size: Background color: Text color: Add to tbrJar First Page Next PageEbook has 381 lines and 34570 words, and 8 pagesFalando el-rei um dia nos feitos da justi?a, disse que vontade era, e f?ra sempre de manter os povos de seu reino n'ella, e estremadamente fazer direito de si mesmo. E porquanto elle sentia que o m?r aggravo que elle e seus filhos, e outros alguns de seu senhorio, faziam aos povos de sua terra, assim no tomar das viandas por pre?o mais baixo do que se vendiam, que por?m elle mandava que nenhum de sua casa, nem dos infantes, nem d'outro nenhum que em sua merc? e reinos vivesse, que cargo tivesse de tomar aves, que n?o tomasse gallinhas, nem patos, nem cabritos, nem leit?es, nem outras nenhumas cousas acostumadas de tomar, salvo compradas ? vontade de seu dono; e sobre isto p?z pena de pris?o, e dinheiros, ?s honradas pessoas, e aos gallinheiros e pessoas vis, a?outados pelo logar hu as tomassem, e deitados f?ra de sua merc?. Mandou mais aos estribeiros seus e de seus filhos, e a todos os de sua terra, que n?o mandassem a nenhum logar por palha doada, salvo se a houvesse de haver de f?ro; mas que pelo azemel, que fosse por ella, mandasse pagar pela carga cavallar de palha, ou de restolho empalhado, tr?s soldos e pela carga asnal, dois. E o azemel que por ella fosse, e a d'esta guisa n?o pagasse, que pela primeira vez fosse a?outado e talhadas as orelhas, e pela segunda fosse enforcado: e outra tal pena mandava dar ao lavrador que n?o empalhasse toda a palha que houvesse. E quando lhe diziam que punha mui grandes penas por mui pequenos excessos, dava resposta dizendo assim, que a pena que os homens mais receavam era a morte, e que se por esta se n?o cavidassem de mal fazer, que ?s outras davam passada, e que boa cousa era enforcar um ou dois, pelos outros todos serem castigados, e que assim o entendia por servi?o de Deus e prol de seu povo. Elle corregeu as medidas de p?o de todo Portugal, e ordenou outras cousas por bom paramento e proveito de sua terra, das quaes n?o fazemos mais longo processo por n?o saber quanto prazeriam aos que as ouvissem. Este rei Dom Pedro, emquanto viveu, usou muito de justi?a sem affei??o, tendo tal igualdade em fazer direito, que a nenhum perdoava os erros que fazia, por cria??o nem bem queren?a que com elle houvesse. E se dizem que aquelle ? bem aventurado rei que por si esquadrinha os males e for?as que fazem aos pobres, e bem ? este do conto de taes, c? elle era ledo de os ouvir, e folgava em lhes fazer direito, de guisa que todos viviam em paz. E era ainda t?o zeloso de fazer justi?a, especialmente dos que travessos eram, que perante si os mandava metter a tormento, e se confessar n?o queriam, elle se desvestia de seus reaes pannos, e por sua m?o a?outava os malfeitores; e pelo que d'ello muito pasmavam seus conselheiros e outros alguns, annojava-se de os ouvir, e n?o o podiam, quitar d'ello por nenhuma guisa. Nenhum feito crime mandava que se desembargasse salvo perante elle, e se ouvia novas de algum ladr?o ou malfeitor, alongado muito d'onde elle fosse, falava com algum seu de que se fiava, promettendo-lhe merc?s por lh'o ir buscar, e mandava-lhe que n?o viesse ante elle at? que todavia lh'o trouxesse ? m?o. E assim lh'os traziam presos do cabo do reino, e lh'os apresentavam hu quer que estava. E da mesa se levantava, se chegavam a tempo que elle comesse, por os fazer logo metter a tormento, e elle mesmo punha n'elles m?o quando via que confessar n?o queriam, ferindo-os cruelmente at? que confessavam. A todo logar onde el-rei ia, sempre acharieis prestes com um a?oute o que de tal officio tinha encargo, em guisa que como a el-rei traziam algum malfeitor, e elle dizia:--chamem-me fo?o, que traga o a?oute,--logo elle era prestes, sem outra tardan?a. E pois que escrevemos que foi justi?oso, por fazer direito em reger seu povo, bem ? que ou?aes duas ou tr?s cousas, por v?rdes o geito que n'isto tinha. Assim adveiu que pousando elle nos pa?os de Bellas, que elle fizera, dois seus escudeiros que gram tempo havia que com elle viviam, sendo ambos parceiros, houveram conselho que fossem roubar um judeu que pelos montes andava vendendo especiaria e outras cousas. E foi assim, de feito, que foram buscar aquella suja pr?a, e roubaram-no de tudo, e, o peior d'isto, foi morto por elles. Sua ventura, que lhe foi contraria, azou de tal guisa que foram logo presos e trazidos a el rei, alli hu pousava. El-rei, como os viu, tomou gram prazer por serem filhados, e come?ou-os de perguntar como f?ra aquillo. Elles, pensando que longa cria??o e servi?o que lhe feito haviam, o demovesse a ter algum geito com elles, n?o tal como tinha com outras pessoas, come?aram de negar, dizendo que de tal cousa n?o sabiam parte. Elle, que sabia j? de que guisa f?ra, disse que n?o haviam por que mais negar, que ou confessassem como o mataram, sen?o, que a poder de crueis a?outes lhe faria dizer a verdade. Elles em negando viram que el-rei queria p?r em obra o que lhe por palavra dizia, confessaram tudo assim como f?ra; e el-rei, sorrindo-se, disse que fizeram bem, que tomar queriam mister de ladr?es e matar homens pelos caminhos, de se ensinarem primeiro nos judeus, e depois viriam aos christ?os. E em dizendo estas e outras palavras, passeava perante elles de uma parte ? outra, e parece que lembrando-lhe a cria??o que n'elles fizera, e como os queria mandar matar, vinham-lhe as lagrimas aos olhos, por vezes. Depois, tornava asperamente contra elles, reprehendendo-os muito do que feito haviam. E assim andou por um grande espa?o. Os que hi estavam, que aquesto viam, suspeitando mal de suas raz?es, afincavam-se muito a pedir merc? por elles, dizendo que por um judeu astroso n?o era bem morrerem taes homens, e que bem era de os castigar por degredo ou outra alguma pena, mas n?o mostrar contra aquelles que criara, pelo primeiro erro, t?o grande crueza. El-rei, ouvindo todos, respondia sempre que dos judeus viriam depois aos christ?os. Em fim d'estas e outras raz?es, mandou que os degolassem. E foi assim feito. N?o s?mente usava el-rei de justi?a contra aquelles que raz?o tinha, assim como leigos e semelhantes pessoas, mas assim ardia o cora??o d'elle de fazer justi?a dos maus, que n?o queriam guardar sua jurisdic??o, aos clerigos tambem, de ordens pequenas, como de maiores. E se lhe pediam que o mandasse entregar a seu vigario, dizia que o puzessem na forca e que assim o entregassem a Jesus Christo, que era seu Vigario, que fizesse d'elle direito no outro mundo. E elle por seu corpo os queria punir e atormentar, assim como quizera fazer a um bispo do Porto, na maneira que vos contaremos. Certo foi, e n?o o ponhaes em duvida, que el-rei, partindo de entre Douro e Minho, por vir ? cidade do Porto, foi informado que o bispo d'esse lugar, que ent?o tinha gram fama de fazenda e honra, dormia com uma mulher de um cidad?o, dos bons que havia na dita cidade, e que elle n?o era ousado de tornar a ello, com espanto de amea?as de morte que lhe o bispo mandava p?r. El-rei, quando isto ouviu, por saber de que guisa era, n?o via o dia que estivesse com elle, para lh'o haver de perguntar. E logo, sem muita tardan?a, depois que chegou ao logar, e houve comido, mandou dizer ao bispo que fosse ao pa?o, que o havia mister por cousas de seu servi?o. Falou com seus porteiros, que depois que o bispo entrasse na camara, lan?assem todos f?ra do pa?o, tambem os do bispo como quaesquer outros, e que ainda que alguns do conselho viessem, que n?o deixassem entrar nenhum dentro, mas que lhe dissessem que se fossem para as pousadas, c? elle tinha de fazer uma cousa em que n?o queria que fossem presentes. O bispo, como veiu, entrou na camara onde el-rei estava, e os porteiros fizeram logo ir todos os seus e os outros, em guisa que no pa?o n?o ficou nenhum, e foi livre de toda a gente. El-rei, como foi ?parte com o bispo, desvestiu-se logo e ficou em uma saia de escarlata, e por sua m?o tirou ao bispo todas as suas vestiduras, e come?ou de o requerer que lhe confessasse a verdade d'aquelle maleficio em que assim era culpado: e em lhe dizendo isto, tinha na m?o um grande a?oute para o brandir com elle. Os criados do bispo, quando no come?o viram que os deitavam f?ra, e isso mesmo os outros todos, e que nenhum n?o ousava l? de ir, pelo que sabiam que o bispo fazia, d?s ahi juntando a isto a condi??o de el-rei e a maneira que em taes feitos tinha, logo suspeitaram que el-rei lhe queria jogar de algum mau jogo, e foram-se ? pressa ao conde velho, e ao mestre de Christo Dom Nuno Freire, e a outros privados de seu conselho, que accorressem asinha ao bispo. E logo tostemente vieram a el-rei, e n?o ousaram de entrar na camara, por a defeza que el-rei tinha posta, se n?o f?ra Gon?alo Vasques de Goes, seu escriv?o da puridade, que disse que queria entrar por lhe mostrar cartas que sobrevieram de el-rei de Castella a gram pressa. E por tal azo e fingimento houveram entrada dentro na camara, e acharam el-rei com o bispo em ras?es, da guisa que havemos dito, e n?o lh'o podiam j? tirar das m?os. E come?aram de dizer que fosse sua merc? de n?o p?r m?o n'elle, c? por tal feito, n?o lhe guardando sua jurisdic??o, haveria o papa sanha d'elle; demais, que o seu povo lhe chamava algoz, que por seu corpo justi?ava os homens, o que n?o convinha a elle de fazer, por muito malfeitores que fossem. Com estas e outras ras?es, arrefeceu el-rei de sua mui brava sanha, e o bispo se partiu de ante elle, com semblante triste e turvado cora??o. Era ainda el-rei Dom Pedro muito cioso, assim de mulheres de sua casa, como de seus officiaes e das outras todas do povo, e fazia grandes justi?as em quaesquer que dormiam com mulheres casadas ou virgens, e isso mesmo com freiras. Onde aqueeceu que em sua casa havia um corregedor da c?rte a que chamavam Louren?o Gon?alves, homem mui entendido e bem razoado cumpridor de todas as cousas que lhe el-rei mandava fazer, e n?o corrompido por nenhuns falsos offerecimentos que trasmudam os juizos dos homens. E porque o el-rei achava leal e bem verdadeiro, fiava d'elle muito, e queria-lhe grande bem. E era este corregedor muito honrado de sua casa e estado, e muito praceiro e de boa conversa??o, e seria ent?o em meia idade. Sua mulher havia nome Catharina Tosse, briosa, lou?? e muito aposta, de graciosas manhas e bem acostumada. Em esta ses?o vivia com el-rei um bom escudeiro, e para muito, mancebo, e homem de prole, e n'aquelle tempo estremado em assignadas bondades, grande justador e cavalgador, grande monteiro e ca?ador, luctador e travador de grandes ligeirices, e de todas as manhas que se a bons homens requerem,--chamado por nome Affonso Madeira,--por a qual ras?o o el-rei amava muito e lhe fazia bem gradas merc?s. Este escudeiro se veiu a namorar de Catharina Tosse, e mal cuidados os perigos que lhe advir podiam de tal feito, t?o ardentemente se lan?ou a lhe querer bem, que n?o podia perder d'ella vista e desejo: assim era traspassado do seu amor. Mas, porque lugar e tempo n?o concorriam para lhe fallar como elle queria, e por ter aso de a requerer ameude de seus deshonestos amores, firmou com o aposentador t?o grande amisade que para onde quer que el-rei partia, ora fosse villa ou qualquer aldeia, sempre Affonso Madeira havia de ser aposentado junto, ou muito perto do corregedor. E havia j? tempo que durava este aposentamento, sempre cerca um do outro; tendo bom geito e conversa??o com seu marido, por carecer de toda suspeita. Affonso Madeira tangia e cantava, af?ra sua apostura e manhas boas j? recontadas, de guisa que por aso de tal achegamento, com longa affei??o e falas ameude, se gerou entre elles tal fructo, que veiu elle a acabamento de seus prolongados desejos. E porque semelhante feito n?o ? da gera??o das cousas que se muito encobram, houve el-rei de saber parte de toda sua fazenda, e n?o houve d'ello menos sentido que se ella fora sua mulher ou filha. E como quer que o el-rei muito amasse, mais que se deve aqui de dizer, posta de parte toda bemqueren?a, mandou-o tomar dentro em sua camara, e mandou-lhe cortar aquelles membros que os homens em m?r pre?o tem: de guisa que n?o ficou carne at? aos ossos, que tudo n?o fosse corto. E pensaram Affonso Madeira, e guareceu, e engrossou em pernas e corpo, e viveu alguns annos engelhado do rosto e sem barbas, e morreu depois de sua natural morte. Quem ouviu semelhante justi?a, do que el-rei fez na mulher de Affonso Andr?, mercador honrado, morador em Lisboa, andando justando na rua nova, como era costume, quando os reis vinham ?s cidades, que os mercadores e cidad?os justavam com os da c?rte, por festa? Estando el-rei presente, e havendo informa??o certa que sua mulher lhe fazia maldade, entendeu que ent?o era tempo de a achar e tomar em tal obra; e, por inculcas, muito escusamente foi ella tomada com quem a culpavam, e mandou-a queimar, e degolar a elle. E o marido, continuando a justa, quando cessou, soube d'isto parte, e foi-se a el-rei por se queixar do que lhe feito haviam. E el-rei, como o viu, antes que lhe elle fallasse, pediu-lhe a alvi?ara do que mandara fazer, dizendo que j? o tinha vingado da aleivosa de sua mulher e do que lhe punha as cornas, e que melhor sabia elle quem ella era, que elle. Que diremos de Maria Roussada, mulher casada com seu marido, que dormira com ella por for?a , por a qual cousa elle merecia morte? E tendo j? d'ella filhos e filhas, viviam ambos em gram bemqueren?a, e ouvindo-a el-rei chamar por tal nome, perguntou por que lh'o chamavam, e soube da guisa como tudo f?ra, e que se avieram que casassem ambos por tal feito n?o vir mais ? pra?a: e el-rei, por cumprir justi?a, mandou-o enforcar, e ia a mulher e os filhos carpindo traz elle. N?o valeu, estando el-rei em Braga, rogo de quantos com elle andavam, que pudesse escapar a vida a Alvaro Rodrigues de Grade, um dos bons escudeiros de entre Douro e Minho, e bem aparentado, porque cortou os arcos de uma cuba de vinho a um pobre lavrador, que lhe logo el-rei n?o mandou cortar a cabe?a, tanto que o soube. E porque o seu escriv?o do thesouro recebeu onze libras e meia sem o thesoureiro, mandou-o enforcar, que lhe n?o poude valer o conde, nem Beatriz Dias, manceba d'el-rei, nem outro nenhum. E foram aquelle dia, com estes dois, onze mortos por justi?a, entre ladroes e malfeitores. N?o fique por dizer de um bom escudeiro, sobrinho de Jo?o Lourenco Bubal, privado d'el-rei e do seu conselho, alcaide m?r de Lisboa, o qual escudeiro vivia em Aviz, honradamente e bem acompanhado. E foi a sua casa, por mandado do juiz, um porteiro, para o penhorar, e elle, por cumprir vontade, depenou-lhe a barba e deu-lhe uma punhada. O porteiro veiu-se a Abrantes, onde el-rei estava, e contou-lhe tudo como lhe adviera. El-rei, que o ?parte ouvia, como acabou de falar, come?ou de dizer contra o corregedor que ahi estava: --Accorrei-me aqui, Louren?o Gon?alves, c? um homem me deu uma punhada no rosto, e me depennou a barba! O corregedor, e os que o ouviram, ficaram espantados por que o dizia. E mandou ? pressa que lh'o trouxessem preso, e n?o lhe valesse nenhuma egreja. E foi assim feito, e trouxeram-lh'o a Abrantes, e alli o mandou degolar, e disse:--D?s que me este homem deu uma punhada e me depennou a barba, sempre me temi d'elle que me d?sse uma cutelada, mas j? agora sou seguro que nunca m'a dar?! Assim, que bem podem dizer d'este rei Dom Pedro, que n?o sa?ram em seu tempo certos os ditos de Solon, philosopho, e d'outros alguns, os quaes disseram que as leis e justi?a eram taes como a teia da aranha, na qual os mosquitos pequenos, caindo, s?o retidos e morrem n'ella, e as moscas grandes e que s?o mais rijas, jazendo n'ella, rompem-n'a e v?o-se: e assim diziam elles que as leis e justi?a se n?o cumpriam sen?o nos pobres, mas os outros que tinham ajuda e accorro, caindo n'ella, rompiam n'a e escapavam. El-rei Dom Pedro era muito pelo contrario, c? nenhum, por rogo nem poderio, havia de escapar da pena merecida; de guisa que todos receiavam de passar seu mandado. El-Rei Dom Pedro queria gram mal a alcoviteiras e feiticeiras, de guisa que por as justi?as que n'ellas fazia, mui poucas usavam de taes officios. E sendo elle na Beira, soube que uma, chamada por nome Helena, alcovitara ao almirante uma mulher, com que elle dormira, a que diziam Violante Vasques. E mandou logo el-rei queimar a alcoviteira, e ao almirante, Lan?arote Pessanho, mandava cortar a cabe?a. E pero os do seu conselho trabalhassem muito por o livrar de sua sanha, nunca o puderam com elle postar, emtanto que o almirante fugiu, e foi amorado, e partiu d'elle por longos tempos, perdidas suas contias e todo seu bem fazer e officio. E n?o sabendo remedio que sobre isto ter, houve accordo de mandar pedir ao duque e commum de Genova que escrevessem por elle a el rei, que fosse sua merc? de lhe perdoar. Os genovezes, vendo o recado do almirante, escreveram a el-rei que perdesse d'elle sanha, e a carta de Gabriel Adorno, duque de Genova, e dos anci?os do conselho d'essa cidade, dizia n'esta guisa: < N?o embargando esta carta, n?o podiam com el-rei que perdesse sanha do almirante; por?m depois a alguns tempos, lhe perdoou el-rei, e foi tornado a sua merc?. N?o se podem t?o temperadamente dizer os louvoures de alguma pessoa, que aquelles, cujas linguas sempre t?m costume de reprehender, n?o achem lugares a elles dispostos, em que ameude bem possam prasmar: e n?s, porque dissemos d'este rei Dom Pedro que era grado e l?do em dar, e n?o dizemos de algumas grandezas que dignas sejam de tanto louvor, poder? ser que nos prasmaram alguns, dizendo que n?o historiamos direitamente. E isto n?o ? por n?s bem n?o vermos que para autoridade de t?o grande gabo n?o se acham ditos em sua igualdan?a; mas, por n?o desviar d'aquelles louvores que os antigos em suas obras encommendaram, contamol-o da guisa que o elles disseram. Add to tbrJar First Page Next Page |
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