|
Read Ebook: A Compilation on Bahá'í Education by Universal House Of Justice Bah U Ll H Contributor Abdu L Bah Contributor Shoghi Effendi Contributor
Font size: Background color: Text color: Add to tbrJar First Page Next PageEbook has 985 lines and 27038 words, and 20 pagesProduced by: Laura Natal Rodrigues BIBLIOTHECA UNIVERSAL ANTIGA E MODERNA IRACEMA POR JOS? DE ALENCAR COM UMA NOTICIA BIOGRAPHICA DO AUCTOR LISBOA COMPANHIA NACIONAL EDITORA Successora de DAVID CCRAZZI e JUSTINO GUEDES FILIAES: Pra?a de D. Pedro, 137, 1? andar, PORTO ? TERRA NATAL UM FILHO AUSENTE NOTICIA BIOGRAPHICA Jos? Martiniano do Alencar. Este grande escriptor brazileiro, mais conhecido pelo nome de Jos? de Alencar, nasceu no Cear? no dia 1 de janeiro de 1829, sendo filho, ao que parece, do illustre politico do mesmo nome. Dizemos "ao que parece" porque nas biographias d'este grande escriptor, que temos presentes, n?o se accusa a sua filia??o. Pode ser lapso, pode ser outro motivo qualquer que n?o precisamos de apurar. O que ? certo ? que Jos? Martiniano d'Alencar mostrou desde crean?a um grande engenho. Tinha 17 annos quando em 1840 se matriculou na faculdade de direito de S. Paulo para tomar, como tomou, o grau de bacharel, tendo ido por?m em 1848 concluir os seus estudos juridicos e formar-se na eschola de Olinda. Mas os protestos, se os houve, desappareceram no meio do coro unisono dos applausos. O Brazil tinha finalmente uma litteratura sua, bem sua, romances que se n?o modelavam pelas formas velhas e gastas dos romances europeus. A America do Sul tinha emfim o seu Cooper. "? uma tocante ora??o em favor da perdida. "No fim, sobretudo, no casamento d'esta com Luiz, nada ha de francez. ? um tra?o de bondade e abnega??o, proprio do caracter brazileiro, que o francez n?o approvaria." Esperamos ainda assim que no Brazil n?o sejam extremamente vulgares esses actos de abnega??o e de bondade, porque a gera??o que resultasse d'estes actos de bondade podia ser exquisitamente qualificada. N'esse mesmo anno era elle nomeado consultor do ministerio da justi?a, e recebia a carta de conselho. O retrato do imperador n?o est? muito lisongeado, e n?o devia agradar ao personagem escolhido para mod?lo, que se podia at? considerar como injuriado positivamente. Comtudo, isso n?o obstou a que o imperador, em 1868, quando se formou o ministerio conservador, acceitasse a entrada de Jos? Martiniano de Alencar para a pasta da justi?a. Esteve por?m pouco tempo no ministerio. Uma dissidencia no seio do partido conservador f?l-o sahir do governo, levando-o a ir sentar-se na camara ao lado dos dissidentes. MEU AMIGO Este livro vae naturalmente encontral-o no seu pittoresco sitio da varzea, no doce lar, que povoa a numerosa prole, alegria e esperan?a do casal. Imagino que ? a hora mais ardente da sesta. O sol a pino dardeja raios de fogo sobre as areias nataes: as aves emmudecem; as plantas languem. A natureza soffre a influencia da poderosa irradia??o tropical, que produz o diamante e o genio, as duas mais sublimes express?es do poder creador. Os meninos brincam na sombra do out?o, com pequenos ossos de rezes, que figuram a boiada. Era assim que eu brincava, ha quantos annos, em outro sitio, n?o muito distante do seu. A dona da casa terna e incansavel manda abrir o c?co verde, ou prepara o saboroso creme do burity para refrigerar o esposo, que pouco ha recolheu de sua excurs?o pelo sitio, e agora repousa embalando-se na macia e commoda r?de. Abra ent?o este livrinho, que lhe chega da c?rte imprevisto. Percorra suas paginas para desenfastiar o espirito das cousas graves que o trazem occupado. Talvez me desvane?a amor do ninho, ou se illudam as reminiscencias da infancia avivadas recentemente. Sen?o, creio que ao abrir o pequeno volume, sentir? uma onda do mesmo aroma silvestre e bravio que lhe vem da varzea. Derrama-o a briza que perpassou os espathos da carnauba e a ramagem das aroeiras em fl?r. Essa onda ? a inspira??o da patria que volve a ella, agora e sempre, como volve de continuo o olhar do infante para o materno semblante que lhe sorri. O livro ? cearense. Foi imaginado ahi, na limpidez d'esse c?o de cristallino azul, e depois vasado no cora??o cheio das recorda??es vivaces de uma imagina??o virgem. Escrevi-o para ser lido l?, na varanda da casa rustica ou na fresca sombra do pomar, ao doce embalo da r?de, entre os murmures do vento que crepita na ar?a ou farfalha nas palmas dos coqueiros. Para l?, pois, que ? o ber?o seu, o envio. Mas assim mandado por um filho ausente, para muitos extranho, esquecido talvez dos poucos amigos, e s? lembrado pela incessante desaffei??o, qual sorte ser? a do livro? Que lhe falte hospitalidade, n?o ha temer. As auras de nossos campos parecem t?o impregnadas d'essa virtude primitiva, que quantas ra?as habitem ahi a inspiram com o halito vital. Receio sim que seja recebido como extrangeiro e hospede na terra dos meus. Se, por?m, ao abordar ?s plagas do Mocoribe, f?r acolhido pelo bom cearense, presado de seus irm?os ainda mais na adversidade do que nos tempos prosperos, estou certo que o filho de minha alma achar? na terra de seu pae, a intimidade e conchego da familia. O nome de outros filhos ennobrece nossa provincia na politica e na sciencia; entre elles o meu, hoje apagado, quando o trazia brilhantemente aquelle que primeiro o creou. N'este momento mesmo a espada heroica de muito bravo cearense vae ceifando no campo da batalha ampla messe de gloria. Quem n?o pode illustrar a terra natal canta as lendas suas, sem metro, na rude toada de seus antigos filhos. Acolha pois a primeira mostra e offere?a-a a nossos patricios a quem ? dedicada. Este pedido foi um dos motivos de lhe endere?ar o livro: o outro lhe direi depois que o tenha lido. Muita cousa me occorre dizer sobre o assumpto, que talvez devera anticipar ? leitura da obra, para prevenir a surpreza de alguns e responder ?s observa??es ou reparos de outros. Mas sempre fui av?sso aos prologos; em meu conceito elles fazem ? obra, o mesmo que o passaro ? fructa antes de colhida; roubam as primicias do sabor litterario. Por isso me reservo para depois. Na ultima pagina me encontrar? de novo; ent?o conversaremos a gosto, em mais liberdade do que teriamos n'este portico do livro, onde as etiquetas mandam receber o publico com a gravidade e reverencia devida a t?o alto senhor. Rio de Janeiro--Maio de 1865. J. de Alencar. IRACEMA Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carna?ba: Verdes mares que brilhaes como liquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros: Serenae verdes mares, e alisae docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvalle ? fl?r das aguas. Onde vae a affouta jangada, que deixa rapida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela? Onde vae como branca alcyone buscando o rochedo patrio nas solid?es do oceano? Tres entes respiram sobre o fragil lenho que vae singrando veloce, mar em fora: Um joven guerreiro cuja tez branca n?o cora o sangue americano: uma crean?a e um rafeiro que viram a luz no ber?o das florestas, e brincam irm?os, filhos ambos da mesma terra selvagem. Add to tbrJar First Page Next Page |
Terms of Use Stock Market News! © gutenberg.org.in2025 All Rights reserved.