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Munafa ebook

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Read Ebook: Theóphilo Braga e a lenda do Crisfal by Guimar Es Delfim De Brito

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Ebook has 466 lines and 39755 words, and 10 pages

e onde, entre outros, sustentarei egualmente o mesmo ponto, pensando que refutarei ahi cabalmente as asser??es, na sua carta de hontem no <>, pelo nosso doutissimo confrade e illustre publicista produzidas, mostrando ent?o, com todo o respeito devido a t?o indefesso e insigne trabalhador, que a minha hypothese n?o ? tal uma miragem e que, pelo contrario, o ensino corrente no assumpto ? que ? inteiramente phantastico e chimerico.

Todo seu

Porto, 27 de Maio de 1908.

Jos? Pereira Sampaio .>>

No trabalho da revis?o das provas do nosso estudo, em que fomos auxiliados pela prestante amizade de Henrique Marques, mais de uma vez modific?mos refer?ncias feitas ao professor que contraditavamos, e sempre da melhor vontade substituiamos um adjectivo, suavizavamos a sali?ncia de um erro do Mestre, desde que o nosso amigo Henrique Marques, com o seu apreciavel crit?rio, nos fazia notar que uma palavra, uma frase nossa, poderia ser tomada como um desprimor para com o snr. dr. The?philo Braga.

Queriamos fazer vingar uma obra de justi?a; n?o era nosso intento agravar quem quer que fosse.

E que n?o fomos descort?ses, nem violentos, nem injustos, para com o professor que contraditavamos, prova-o o testemunho insuspeito do eminente publicista snr. Jos? Caldas, que nos honrou com uma carta penhorant?ssima, de que reproduziremos neste lugar algumas linhas:

Regist?mos aqui essa carta do snr. dr. The?philo Braga, que n?o deixa de constituir um documento interessante para aqueles que seguirem com aten??o a marcha dos acontecimentos provocados pela pend?ncia liter?ria em que estamos envolvidos.

?, textualmente, como segue:

<

admirador obr.^ e amigo

Theophilo Braga>>

Na devida altura, comentaremos largamente a carta substanciosa do snr. dr. The?philo Braga.

Por agora, continuemos na cataloga??o das pe?as d'este processo, para que os leitores julguem da justi?a que nos cabe, e avaliem da sinceridade, da correc??o, e dos processos do professor intangivel.

<<...finalmente, trata de Bernardim Ribeiro e Christovam Falc?o, mostrando como a vida amorosa d'este oscilla entre 1525 e 1526, sendo n'aquella data mo?o fidalgo, tendo pelo menos 12 annos, ao passo que aquelle era j? edoso; evidencia como na Ecloga transparecem diversas situa??es da vida de Christovam Falc?o, e termina por invocar as opini?es de Diogo Couto, Gaspar Fructuoso e outros que comprovam a existencia das duas individualidades que apesar de similhantes n'algumas situa??es da vida, n?o podem j?mais confundir-se>>.

Parecia-me, porem, que, publicado o meu estudo sobre Bernardim Ribeiro, em que n?o torci a meu bel-prazer a verdade, nem falsifiquei documentos, o snr. dr. The?philo Braga tinha o dever moral de, pela imprensa ou em livro, dizer da sua justi?a, antes de ir para o seio de uma agremia??o, a que eu n?o perten?o, impor um desmentido formal e dogmatico, ao mesmo tempo que gratuito, ao meu trabalho.

E tanto mais estranhavel se me afigura o procedimento do snr. dr. Braga, contestando ? porta fechada a minha tese, quanto ? certo que s. ex.^a n?o desconhece que o insigne publicista snr. Jos? Pereira Sampaio prepara um livro sobre o mesmo assunto do meu.

Se o afamado professor do Curso Superior de Letras est? de boa f?, quem lhe assegura que os argumentos de Bruno n?o conseguir?o convenc?-lo, j? que os meus, conforme de resto eu esperava, tal n?o conseguiram?

Mais uma vez agradecido o que se confessa, por estima e dever,

amigo, admirador e obrigado

S/C, Lisboa, 3-12-908.

Delfim Guimar?es.>>

Com o esp?rito de rectid?o que todos, amigos e advers?rios, s?o concordes em reconhecer ao snr. dr. Brito Camacho, o brilhante jornalista deu acolhimento ben?volo ? nossa carta, acrescentando-lhe as seguintes linhas de sauda??o ao professor do Curso Superior de Letras:

<>

Para que chamar ineptos aos editores de Ferrara de 1554 e de Colonia de 1559, por terem reproduzido esses textos manuscriptos como os encontraram? Quando o sr. Delfim Guimar?es trabalhava para destruir uma miragem de seculos, foi communicar ao sr. dr. Alfredo da Cunha <> Era uma Noticia litteraria de sensa??o, o dr. Alfredo da Cunha deu alentos ? grande descoberta de que a figura do poeta Christovam Falc?o <>

Quando lemos um tal documento, a primeira impress?o que se apoderou de n?s foi a de revolta; mas logo um outro sentimento veio substituir esta--um sentimento muito fundo de tristeza, de sincera m?goa...

Mas no artigo do eminente professor eramos tam directamente alvejados, e o nosso trabalho depreciado com tal rancor e m? f?, que n?o podiamos ficar silenciosos.

Mas ao snr. dr. The?philo Braga conveio torcer a verdade, para que com maior presteza os leitores ing?nuos acreditassem nos seguintes per?odos ardilosamente engendrados:

Ao contr?rio da afirma??o do snr. dr. The?philo, o snr. Braamcamp Freire n?o declara tal que eu o consultara sobre a averigua??o que fiz, como n?o escreveu na nota citada pelo snr. dr. The?philo Braga aquilo que s. ex.^a gratuitamente lhe atribue.

Reproduzo textualmente o per?odo que o snr. dr. The?philo Braga interpretou a seu bel-prazer, para melhor juizo dos que me l?em:

<>

Mais, o snr. Braamcamp Freire n?o s? me felicitou calorosamente pelo ?xito do meu trabalho, que representava a justa repara??o devida a um dos maiores poetas da nossa terra, como teve a bondade de enviar-me a prova tipogr?fica de uma passagem do seu estudo, ent?o no pr?lo, em que o conceituado escritor confessava publicamente que Maria Brandoa, a lend?ria amada do Crisfal, passara ? historia...

? como segue:

<>.

Tristes processos est? seguindo o snr. dr. The?philo Braga!

Delfim Guimar?es

Uma lenda ? f?cil de forjar, e com facilidade toma corpo e lan?a raizes, obcecando muitas vezes os mais esclarecidos esp?ritos.

A nossa Historia Liter?ria est? cheia de lendas e embustes, gra?as aos Farias e Sousa e Bernardos de Brito. Mas a Verdade, superior a todas as lendas, e a todas as reputa??es de historiadores burl?es e de cr?ticos trapaceiros, acaba sempre por triunfar, embora isso leve anos, embora decorram s?culos.

Na defeza da causa que prosseguimos, que ? nobre e justa, n?o nos animam quaesquer intuitos de evidencia??o, n?o nos move qualquer mesquinho sentimento de despeito; lutamos pela verdade, procuramos contribuir com o nosso esfor?o de modestos obreiros das letras para desfazer um erro que a ignor?ncia engendrou, que a rotina n?o-te-ralesca imp?s como um dogma, e que a vaidade irritada e irritante do snr. dr. The?philo Braga persiste em sustentar, a torto, que n?o a direito, impondo-o autocraticamente a quantos v?em no professor do Curso Superior de Letras o pont?fice m?ximo, ditador inviolavel e sagrado da Republica... das letras portugu?sas.

O snr. dr. The?philo Braga, descobrindo a verdade, e procurando enterr?-la

Ora fazendo taes afirmativas, autorit?ria e catedraticamente, o snr. dr. The?philo Braga abusava da boa f? dos seus leitores, por isso que s. ex.^a muito bem conhecia que estava deturpando a verdade, a seu bel-prazer, que nada d'aquilo que apregoava como aut?ntico era verdadeiro.

Nem o alvar? de 1517 dizia respeito ao suposto poeta, nem semelhante alvar? mencionava a verba de 97[CO]0 r?is.

Tratava-se de uma ten?a de 974 reis que pertencia a Cristovam Falc?o, senhor da vila de Pereira, e n?o ao suposto poeta Cristovam Falc?o de Sousa.

Ignorava, porventura, o snr. dr. The?philo Braga a exist?ncia dos dois padr?es constituitivos da referida ten?a?--N?o ignorava. E a prova de que os n?o desconhecia est? nas cita??es que s. ex.^a faz a paginas 331/2 do seu mencionado livro, atribuindo-os a quem eles diziam respeito, isto ? a Cristovam Falc?o, senhor da vila de Pereira, que nada tinha que ver com o suposto poeta, como o snr. dr. The?philo Braga, de resto, muito bem estabelecia.

Ao publicarmos o nosso trabalho sobre Bernardim Ribeiro, n?o salientamos devidamente estes pouco recomendaveis processos do snr. dr. The?philo Braga, poupando, com generosidade, o nome do encanecido trabalhador, em respeito aos seus cabelos brancos.

E ? nossa manifesta generosidade correspondeu o aclamado professor apodando os nossos processos cr?ticos de:--processos... ? t?a!

Que nome conceder a esses processos do snr. dr. The?philo Braga?

Que fez o snr. dr. The?philo Braga?

Publicou essas cartas, alterando-lhe, paternalmente, a ortografia e a gram?tica, e deixando assim transparecer que o autor de taes escritos poderia muito bem ter produzido as poesias buc?licas que lhe atribuiam.

Nem na sua comunica??o ? Academia das Sci?ncias de Portugal, nem no seu artigo do jornal <>, nem na carta que nos dirigiu, se referiu, embora ao de leve, o snr. dr. T. Braga ? carta de Cristovam Falc?o de Sousa... Compreende-se. O documento ? tam esmagador, que o infatigavel pol?grafo foge d'ele como dizem que o diabo foge da cruz.

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