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Read Ebook: Theóphilo Braga e a lenda do Crisfal by Guimar Es Delfim De Brito
Font size: Background color: Text color: Add to tbrJar First Page Next Page Prev PageEbook has 466 lines and 39755 words, and 10 pagesNem na sua comunica??o ? Academia das Sci?ncias de Portugal, nem no seu artigo do jornal < Eis a carta: < !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Anota??es ? carta que nos dirigiu o snr. dr. The?philo Braga <> N?o ha a menor d?vida quanto ? primeira parte d'esta afirma??o. Com efeito, o snr. dr. The?philo Braga esbo?ou uma biografia de Cristovam Falc?o, e ninguem ousar? contestar-lhe o m?rito de haver sido o Plutarco do suposto trovador. Esbo?ando-lhe a biografia, o abalisado professor de literatura serviu-se de documentos aut?nticos... mas utilizando alguns que n?o diziam respeito ao pseudo-poeta, e sim a um outro Cristovam; e interpretando, modificando e adulterando outros documentos ao sabor do seu paladar, ao capricho da sua fantasia. Depois de isto, como ousa o snr. dr. The?philo Braga invocar os documentos aut?nticos de que tam mau uso fez? < Tem gra?a, e n?o ofende! Se leu imediatamente o nosso livro, n?o foi para ver que novos subs?dios forneciamos para o estudo da hist?ria da literatura portugu?sa, mas sim para conhecer quaes os materiaes que lhe facultariamos para o aperfei?oamento do seu trabalho... Cabe n'esta altura, a talho de foice, deixar consignada certa passagem de uma palestra que o snr. dr. The?philo Braga teve com um dos seus mais inteligentes disc?pulos a prop?sito da publica??o do nosso livro sobre Bernardim Ribeiro: Foi um castelo de cartas que um sopro deitou ao ch?o... Oh! os estudos de investiga??o hist?rica s?o realmente... umas teclas muito complicadas! O que n?s escrevemos a pag. 24 do nosso estudo sobre Bernardim ? o per?odo que segue: < Nas linhas transcritas, o que havia da nossa parte era um cumprimento de cortesia,--uma gentileza, uma amabilidade, pr?pria de quem, n?o tendo qualquer agravo do snr. dr. The?philo Braga, procurava colocar s. ex.^a em bom terreno, oferecendo lhe, por assim dizer, uma ponte, uma t?boa de salva??o, pela qual, sem quebra de linha, o escritor consagrado pudesse atravessar, reconhecendo, ou fingindo reconhecer, o mau terreno que estava pisando, e abra?ando honestamente a verdade evidenciada. Era um cumprimento, repetimos; n?o um acto de justi?a, que a ele n?o tinha jus o inf?tigo escritor. E da mesma natureza, no decurso do nosso trabalho, outras demonstra??es de cortesia ficaram assinaladas, prestando homenagem ? vida laboriosa do escritor encanecido cujos erros combatiamos. Mas como as amabilidades se agradecem, e os actos de justi?a n?o s?o credores de qualquer agradecimento, aprouve ao snr. dr. Th. Braga ver nas nossas palavras um acto de justi?a. N?o lhe queremos mal por isso, pode crer o venerado professor. Cada qual segue os impulsos do seu temperamento. Quando cheg?mos a esta altura da preciosa carta do snr. dr. The?philo Braga ficamos verdadeiramente surpreendidos, para n?o dizer boquiabertos! F?ra pelas noticias genealogicas trazidas pelo snr. Braamcamp Freire sobre D. Maria Brand?o que o snr. dr. The?philo Braga, conforme nos escrevia, se vira for?ado a n?o insistir no nascimento do pseudo Crisfal no ano de 1497, se n?o antes! Mas como podia isto ser, se o trabalho do ilustre escritor invocado pelo snr. dr. The?philo ainda n?o f?ra dado ? estampa? Depois da transcri??o d'estas linhas, eloquentes e insuspeitas, do snr. Braamcamp Freire, tornam-se desnecess?rios de nossa parte quaesquer coment?rios ? afirma??o sem base do snr. dr. The?philo Braga. Passemos adeante sobre este caso triste! Pelo exposto, entende o snr. dr. The?philo Braga que n?s lhe demos elementos para uma melhor interpreta??o das ?clogas de Bernardim, o que importa implicitamente a afirma??o de que n?o soubemos interpret?-las, ou que erramos a exegese com que julgavamos ter corrigido as li??es ministradas pelo ilustre professor. A habilidade, ou antes o processo habilidoso, ou, melhor, a tendenciosa redac??o d'estes per?odos n?o consegue iludir ninguem... Julgou talvez o snr. dr. The?philo Braga que nos desnortearia com esta subtileza de processos... cr?ticos. Tal n?o conseguiu, como ter? de reconhecer no foro ?ntimo da sua consci?ncia. Vamos por partes: Quem eram os editores de 1554 e 1559 das obras de Bernardim Ribeiro? Di-lo, judiciosamente, o snr. dr. The?philo Braga na carta que vamos analisando: Ignorava, porventura, o snr. dr. The?philo Braga que os editores da obra de Bernardim Ribeiro, ao produzirem as r?bricas respeitantes ao suposto autor do Crisfal, mencionavam apenas uma atoarda, uma vaga tradi??o? N?o; o venerado professor n?o ignorava isso. Testemunha-o o que s. ex.^a escreveu a paginas 21 da sua chamada edi??o cr?tica das obras de... Cristovam Falc?o: N?o se podem refutar por negativa, n?o; mas podem refutar-se cabalmente, pondo em confronto da obra po?tica atribuida a Cristovam Falc?o a obra em prosa que ninguem ousar? disputar ao suposto trovador. ? realmente desolador, para a fabula consagrada, que a Torre do Tombo conserve os aut?grafos de Cristovam Falc?o de Sousa! Esta bizarra revela??o do snr. dr. The?philo Braga constitue, naturalmente, uma desenfastiada brincadeira de s. ex.^a. Em toda a obra, prosa ou verso, de Bernardim Ribeiro, vive, palpita, a hist?ria ing?nua da sua vida, o trama dos seus mal-aventurados amores por uma dama que trocou a afei??o do poeta pela de um outro zagal. Foi um inconfidente o magoado Bernardim?--N?o, foi um artista, foi um poeta apaixonado, alma de elei??o que da sua dor fez um poema, como diria Goethe. E que adoravel e sentido poema nos legou o grande poeta bucolista! Mas n?o vale a pena insistir mais n'este ponto. A afirmativa do snr. dr. The?philo Braga constitue, naturalmente, um gracejo inofensivo de s. ex.^a. <<...mas reconhecendo-se, pelo confronto com outros folhetos, ser de 1536). < Seguiu-se a transcri??o do par?grafo do snr. dr. Th. Braga que atr?s reproduzimos. A explica??o, a nosso ver, ? muito simples: Referindo-se a Bernardim Ribeiro, escreveu Faria e Sousa: < Prossigamos... Salvo erro, o snr. dr. The?philo Braga quer referir-se apenas a uma, e n?o a duas estrofes. E ? estrofe que reza: Muitos pastores buscaram mas um pastor por ser-te amigo, e outro por ser-te enemigo, um e outro se escusaram. E d?o-lhe logo comigo gados que far?o mil queijos; mas como se despediam ? j? mostrar que temiam que o sabor dos teus beijos na minha boca achariam! < Com o respeito devido ao professor de literatura, de modo nenhum podemos aceitar a senten?a de s. ex.^a Add to tbrJar First Page Next Page Prev Page |
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