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Munafa ebook

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Read Ebook: Contos escolhidos de D. Antonio de Trueba by Trueba Antonio De Barbosa In Cio De Vilhena Commentator Monteiro F De Castro Translator

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Ebook has 711 lines and 28824 words, and 15 pages

Commentator: In?cio de Vilhena Barbosa

Translator: F. de Castro Monteiro

PRIMORES DA LITTERATURA HESPANHOLA

CONTOS ESCOLHIDOS

D. ANTONIO DE TRUEBA

TRADUZIDOS LIVREMENTE

POR

F. DE CASTRO MONTEIRO

com uma introduc??o

POR

PORTO Imprensa Portuguesa--Editora 1872

PRIMORES DA LITTERATURA HESPANHOLA

CONTOS ESCOLHIDOS

D. ANTONIO DE TRUEBA

PRIMORES DA LITTERATURA HESPANHOLA

CONTOS ESCOLHIDOS

D. ANTONIO DE TRUEBA

TRADUZIDOS LIVREMENTE

POR

F. DE CASTRO MONTEIRO

com uma introduc??o

POR

PORTO Imprensa Portuguesa--Editora 1872

AO SEU PREZADO AMIGO

SOCIO CORRESPONDENTE DA ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS

Como testemunho de gratid?o

Offerece

A grata recorda??o das li??es que de ti recebi, quando no meu espirito come?ava a desenvolver-se o gosto pelo estudo da litteratura; os salutares conselhos, que me dispensaste, nos primeiros annos da minha adolescencia, apontando-me a escolha dos auctores, que deveriam formar o meu estylo, e robustecer as minhas tendencias litterarias; aquellas nossas conversas, de tamanho interesse para mim, em que as luzes do teu illustrado entendimento tentavam dissipar as trevas da minha ignorancia, conversas que, pouco a pouco, e no decurso d'alguns annos de convivencia intima, iam subindo d'alcance, ? medida que, pelo estudo, eu me habilitava a comprehender-te e a discutir comtigo, seriam j?, de per si, sobejo motivo para que eu te dedicasse este livrinho, se n?o houvesse ainda raz?es de entranhadissimo affecto, raz?es todas do cora??o, e completamente alheias ? cultura das letras, que a isso me obrigam, com for?a de irresistivel encanto.

A minha vida est?, desde os mais verdes annos, ligada, por la?os indissoluveis, a essa dedica??o illimitada que sempre me votaste.

Era eu bem crean?a, e j? tu me franqueavas os arcanos da tua vasta erudi??o. N?o sei que confian?a era a tua na mediocridade da minha esphera intellectual. Eram horas esquecidas d'instructiva palestra, em que a historia patria, a philosophia da historia, as sciencias naturaes, e a litteratura constituiam um thema variado, que me deleitava e instruia, animando-me a procurar nos livros cabedal de conhecimentos com que podesse corresponder ao teu paternal intento de me tornar util a mim e ? sociedade.

Oh! que saudosos tempos, de feliz memoria, s?o esses para mim!

Nunca me abandonaste; e, se foi baldado o teu intento, ao menos da constancia do teu affecto tiro eu motivo de muito orgulho, e isso basta para me consolar.

Nos primeiros mezes de 1860, ?poca de terrivel amargura para o meu cora??o, revelou-se a tua amisade por mim pela prova mais grandiosa, que p?de aquilatar os sentimentos d'alma.

Em dezembro, tinha eu vindo de Coimbra ao Porto, a f?rias. Entrava em casa com aquelle alvoro?o, que tu por vezes presenciaste, e que sempre me dominava, ao acercar-me de meus paes e de minha irm?. Minha m?e chorava de alegria, cingindo-me n'um amoroso e prolongado abra?o, e eu correspondia ao seu carinho com todo o affecto, que me inundava o cora??o. Sabes como eu a amava. Por mais d'uma vez te achaste ao nosso lado, no momento de nos separarmos.

Eram os transportes de duas almas enamoradas, em presen?a da amarga e tyrannica necessidade da ausencia.

Assim tambem, quando as ferias se avisinhavam, contavamos ambos as horas e at? os instantes, que faltavam para a nossa approxima??o, com frenetica impaciencia.

N'essas emo??es encontradas, por entre riso e lagrimas, se deslisaram os primeiros annos da minha mocidade.

Punge-me recordar esse tempo de t?o acerba saudade; enlucta-se-me a alma, quando se me retrata na mente a imagem de minha piedosa m?e; e a ti sei eu que hade offender-te a notavel modestia, que ? um dos ornamentos do teu nobre caracter, este publico testemunho, que te offere?o, da minha gratid?o.

Mas ainda que o cora??o se me despedace ao escrever estas linhas, e a despeito da contrariadade, que possa levantar no teu espirito, proseguirei no meu intento.

Tem paciencia, e ouve o que talvez a tua consciencia nunca te mostrasse em relevo, por causa d'esse sentimento elevadissimo, que esconde aos olhos do homem a nobreza das suas proprias ac??es.

Poucos dias depois da minha chegada ao Porto, adoeceu minha m?e; e com tal violencia se apresentou a molestia, que foram infructiferos todos os esfor?os, que a medicina fez para a salvar.

A 22 de Janeiro voou aquella alma angelica, a abrigar-se no seio de Deus.

Passarei um v?o por sobre o abysmo de insondavel martyrio, em que esse angustiosissimo lance me sepultou!

Decorrido um mez, lembrou-me meu pae a necessidade de voltar para Coimbra.

Acordei ent?o do lethargo em que ca?ra, depois do fatal acontecimento; comprehendi quanto havia de justo e paternal n'aquella indica??o, e parti.

Quando me encerrei no meu quarto escolastico, e que meditei na transforma??o, que, em t?o breve lapso de tempo, se oper?ra na minha vida moral, senti-me succumbir; arrastei-me para junto da janella, que olhava para o Mondego, e alongando a vista por aquelle formoso quadro, t?o poetico e t?o melancolico, deixei-me dominar completamente pela vehemencia da saudade, que me opprimia, e assim permaneci por espa?o de muitas horas.

Nos dias que se seguiram, foi sempre calando, mais e mais, no meu cora??o, aquella profunda tristeza, que nada podia dissipar.

Os meus companheiros de casa, mo?os distinctissimos, os quaes ainda hoje amo como irm?os, envidavam todos os seus recursos para me fazer sa?r d'aquelle estado de depress?o de espirito, que me senhoreava; mas nada podiam conseguir.

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