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Read Ebook: Viagem ao Parnaso Impressões da leitura da Velhice do Padre Eterno poema notavel do distincto poeta Guerra Junqueiro by Frei Ugedio
Font size: Background color: Text color: Add to tbrJar First Page Next PageEbook has 202 lines and 12362 words, and 5 pagesIMPRESS?ES DA LEITURA VELHICE DO PADRE ETERNO POEMA NOTAVEL DO DISTINCTO POETA GUERRA JUNQUEIRO VIAGEM AO PARNASO POR FREI UGEDIO SANTAREM MINERVA INDUSTRIAL 1885 IMPRESS?ES DA LEITURA VELHICE DO PADRE ETERNO POEMA NOTAVEL DO DISTINCTO POETA GUERRA JUNQUEIRO VIAGEM AO PARNASO POR FREI UGEDIO SANTAREM MINERVA INDUSTRIAL 1885 Ao seu antigo condiscipulo e velho amigo ABEL ACCACIO O. D. E C. Aos realistas indigenas como testemunho de admira??o pelo seu brilhante estylo. AO LEITOR N?o aspiro a poeta, n?o cobi?o a gloria, e por isso meu nome n?o firma esta historia. AOS PUBLICISTAS ? criticos da Parvonia, ? sabios menestreis: eu n?o pretendo applausos; eu s? quero uns tantos r?is. VIAGEM AO PARNASO Sonhava com as rosas e boninas, com o lirio do valle e c'o arroio; com as gentis e louras campesinas em bucolico e rude amor saloio. Procurei as surprezas com cuidado; os nomes dos heroes bem sonorosos; e dispunha-me amar, sem ter amado, cachopas com uns olhos bem fermosos. Julgando-me elevado poeta?o, a musa invoco todo sobranceiro... Eis me sacode as orelhas m?o d'a?o, t?o fria como o frio de janeiro. Arregalei os olhos lestamente, esfreguei-os n?o crendo estar em mim: estava, sorrindo, na minha frente, um estafermo que descrevo assim: Era uma velha esguia e desgrenhada com sorrisos bastante insinuantes. Vestia ? grega; cara descarada; os olhos encovados mas brilhantes. Sem tempo me dar a p?r-me ?lerta, com gesto de fina regateira, m?o posta na ilharga e perna aberta, um discurso faz, desta maneira: --< Meu tolo, meu pedante! eu vou-te, n'um instante, mostrar que vaes errado, e que tens por cabe?a grandissimo telhado.>> --< Descantar amores ? carunchoso, ? velho: atira isso ao lixo, toma o meu conselho. As flores n?o cantes... Canta s?mente as brancas, a c?r da pureza: com isso n?o espancas o realismo puro, embora as c?res quentes tenham mais procura e sejam as mais decentes, --por serem mais sadias ? face da sciencia-- n?o que as brancas sejam alguma indecencia. N?o cantes os lirios: isso ? velharia; tens o roxo das chagas que est? mais em dia. Nunca falles nas puras aguas do arroio: isso ? asneira; apenas rima com saloio e poucos termos mais. Falla na copahiba, que ? liquido bom, muito usado l? p'ra riba pelas altas regi?es do deboche doirado. P?des fallar, tambem, no cel'bre preparado de Gibert, de Raquin, e na Salsa-parrilha...>> --< --< --< musa moderna, eu te sa?do! e por ti me declaro amurudo se ensinas a fazer al'xandrinos mais sonoros, bellos, mais divinos que os gorgeios do proprio rouxinol. Juro!... nem cantar o girasol, que preciso ? aqui para rimar. Antes, por?m, haveis d'explicar como, velhos preconceitos tu despindo, a vestimenta conservas, que no Pindo usavas em a era romanesca.>> --< --< --< Vem tu dahi commigo, ver?s como ? certo e bem certo o que te digo.>> Eis-me transportado pelo espa?o furando por pesada athmosphera, com risco de quebrar o espinha?o, pois nem umas azas de chimera a pulha da musa m'emprestou. Ella pela gola me agarrava e todo o caminho me levou suspendido, emquanto caminhava. Por fim pousou-me n'uma rua estreita como um b?cco da decantada Alfama. Add to tbrJar First Page Next Page |
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