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Munafa ebook

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Read Ebook: O sangue by Castelo Branco Camilo

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Ebook has 2331 lines and 164039 words, and 47 pages

COLLEC??O ECONOMICA

Volumes de in-16.?, de 240 a 320 paginas

ROMANCES DOS MELHORES AUCTORES

A 100 r?is o volume

Eis os titulos dos ultimos volumes publicados:

Collec??o ANTONIO MARIA PEREIRA

VULGARISA??O DOS MELHORES LIVROS

DAS

LITTERATURAS PORTUGUESA E ESTRANGEIRAS

Romances, Contos, Viajens, Historia, etc., etc.

Volumes in-8.? de 160 a 200 paginas, em corpo 8 ou 10, excellente edi??o, em optimo papel.

Pre?o de cada volume 200 r?is brochado, ou 300 r?is elegantemente encadernado em percalina.

Para as provincias accresce o porte do correio, 20 r?is cada vol.

Eis os titulos dos ultimos volumes publicados:

OBRAS

CAMILLO CASTELLO BRANCO

EDI??O POPULAR

O SANGUE

VOLUMES PUBLICADOS

N.? 1--Coisas espantosas. N.? 2--As tres irmans. N.? 3--A engeitada. N.? 4--Doze casamentos felizes. N.? 5--O esqueleto. N.? 6--O bem e o mal. N.? 7--O senhor do Pa?o de Nin?es. N.? 8--Anathema. N.? 9--A mulher fatal. N.? 10--Cavar em ruinas. N.?? 11 e 12--Correspondencia epistolar. N.? 13--Divindade de Jesus. N.? 14--A doida do Candal. N.? 15--Duas horas de leitura. N.? 16--Fanny. N.?? 17, 18 e 19--Novellas do Minho. N.?? 20 e 21--Horas de paz. N.? 22--Agulha em palheiro. N.? 23--O olho de vidro. N.? 24--Annos de prosa. N.? 25--Os brilhantes do brasileiro. N.? 26--A bruxa do Monte-Cordova. N.? 27--Carlota Angela. N.? 28--Quatro horas innocentes. N.? 29--As virtudes antigas--Um poeta portuguez ... rico! N.? 30--A filha do Doutor Negro. N.? 31--Estrellas propicias. N.? 32--A filha do regicida. N.?? 33 e 34--O demonio do ouro. N.? 35--O regicida. N.? 36--A filha do arcediago. N.? 37--A neta do arcediago. N.? 38--Delictos da Mocidade. N.? 39--Onde est? a felicidade? N.? 40--Um homem de brios. N.? 41--Memorias de Guilherme do Amaral. N.?? 42, 43 e 44--Mysterios de Lisboa. N.?? 45 e 46--Livro negro de padre Diniz. N.?? 47 e 48--O Judeu. N.? 49--Duas ?pocas da vida. N.? 50--Estrellas funestas. N.? 51--Lagrimas aben?oadas. N.? 52--Lucta de gigantes. N.?? 53 e 54--Memorias do carcere. N.? 55--Mysterios de Fafe. N.? 56--Cora??o, cabe?a e estomago. N.? 57--O que fazem mulheres. N.? 58--O retrato de Ricardina. N.? 59--O sangue. N.? 60--O santo da montanha.

O SANGUE

ROMANCE

OFFICINAS TYPOGRAPHICA E DE ENCADERNA??O

LISBOA

INTRODUC??O

--Como tu est?s conservado, homem!

Exclamou, n'um d'estes dias, o meu amigo Antonio Joaquim, encarando comigo, na revolta d'uma esquina.

--Nem p?s de gallinha, nem calvo, nem bigode grisalho, os dentes todos!--proseguiu elle, encruzando os bra?os sobre a placida cornija do abdomen.

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--Vinte annos ha que eu me convenci, amigo Antonio. Passados mais alguns, morri. Hoje, o que v?s n'este arcaboi?o, ? uma alma insepulta e penada que se offerece penitente e docil ?s tuas injurias. N?o espremas, comtudo, a esponja, meu amigo. Sabe que todas as passadas, que dou, v?o na vereda escabrosa do meu calvario...

--Ent?o, como te vae?--atalhei eu, cortando a insulsa calumnia apontada ao brioso peito de muitos dos meus melhores amigos.

--E rico?

--Tambem.

--E feliz?

--Feliz como um cerdo amarrado com uma corrente de ouro. Tu n?o sabes ainda o que ? a felicidade da pobreza, homem! N?o soubeste ainda abrir o thesouro em que a Providencia divina te remetteu o arnez impenetravel aos golpes da desgra?a...

--N?o sei... Terei eu l? em casa isso?!

--Tens, ingrato, se tens!... ? o trabalho.

--Ah!

--E a riqueza que ?? uma calamidade que dispensa a pomba de Santo Adelino ... n?o ??

--Se alguem ha ahi, at? certa idade, verdadeiramente feliz por ella,--o que n?o creio--a riqueza ? um abutre cruelissimo que principia a espica?ar o rico, assim que o espelho, e a dispesia, e as insomnias, e a indifferen?a das novas, e a considera??o das velhas, e o commedimento dos rapazes em sua presen?a se conjuram para lhe dizer: <>. Aqui tens o verdugo, que d? o la?o ahi pelos quarenta e cinco annos, e aperta e arrocha, at? aos setenta, at? aos oitenta, prolongando-lhe o supplicio, ao apuro de lhe fazer invocar a morte, execrar o ouro, amaldi?oar os homens e blasfemar de Deus.

--E que me dizes do pobre que, na tal idade das insomnias e dispepsias, carece de saude para o trabalho e do trabalho para o p?o de seus filhos?...

--Eu te digo...

--Podes responder d'uma assentada a outra pequena duvida: se ser? mais infeliz o rico enfermo rodeado de filhos fartos, do que o pobre alanciado de suas d?res e dos olhos supplicativos de sua familia?

--Ahi vens tu com o estilo!... Se entras a commover-me, cessa o nosso debate que ? todo philosophico e ouro puro de Droz, de Franklin e d'outros moralistas...

--Que moralisavam os desgra?ados l? d'entre as cortinas adamascadas dos seus gabinetes, tapetados de alcatifas de tres p?llos... Se elles fossem os desvalidos, quem lhes ensinaria a moral da paciencia?

--Socrates, Philo, Jesus Christo, Jo?o Jacques Rousseau...

--Est?s comigo...

--Mas n?o estou com o teu Rousseau.

--O meu Rousseau... n?o lhe chames meu, que eu n?o o tenho nem o li; citei-t'o por me parecer incrivel que o n?o tivesses lido, andando elle nos alforges de todos os fisicos que ungem de unguentos a lepra da humanidade. Pois tu imaginas que eu leio coisa nenhuma? Faz-me justi?a, se queres que eu admire as tuas novellas sem as l?r... A proposito de novellas, lembrei-me ha dias de ti, n'um lance que me pareceu original...

--Um lance original!...--atalhei eu.--Coisa que d? um livro original!?

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