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Munafa ebook

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Read Ebook: Parnaso portuguez moderno by Braga Te Filo Compiler

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Ebook has 1606 lines and 104824 words, and 33 pages

querend' esquexer-vos

Em S? de Miranda, nas Eclogas, sobretudo quando imita a linguagem popular, pollulam os galleguismos:

Dos Autos de Gil Vicente tiraremos os bastantes para se reconhecer este fundo da lingua:

At? em Cam?es ainda persistem as formas gallegas, como na cantiga:

Duzentos gallegos n?o fazem um homem...

Lelo, il lelo lelo, il lelo leloa zarac il leloa.

Outras can??es vascon?as conservam o mesmo estribilho, tantas vezes considerado como um individuo:

Na poesia popular portugueza ainda se encontra em Coimbra e A?ores o estribilho:

Eu, velida, dormia, le-li-a, d'outra! E meu amigo venia, edoy le-li-a d'outra. Nen dormia e cuydava lelia d'outra! E meu amigo chegava edoy lelia d'outra! O meu amigo venia lelia d'outra! E d'amor tambem dizia edoy lelia d'outra. O meu amigo chegava lelia d'outra E d'amor tambem cantava edoy lelia d'outra! Muyto desej'ey, eu amigo, lelia d'outra, Que vos tevesse comigo edoy lelia d'outra! Leli, leli, por deus lely lelia d'outra! Bem sey quem non diz leli edoy lelia d'outra. Bem sey eu quem diz lelya lelia d'outra! Demo xe quem non diz lelia edoy lelia d'outra.

Uma Pastorella de Guido Cavalcanti traz estes versos quasi identicos a uma das serranilhas de Gil Vicente:

E domandai si avesse compagnia? Ed ella me rispose dolcemente Che sola, sola per lo bosco gia.

E em Gil Vicente:

Cheguei-me per'ella com gram cortezia, Disse lhe:--Senhora, quereis companhia? Disse-me: Escudeiro, segui vossa via.

Em um poeta do Cancioneiro geral, achamos um vilancente immensamente parecido com uma can??o bearneza e com outra do sul da Franca; eis o vilancente de Francisco de Sousa:

Abaix'esta serra verey minha terra!

Oh montes erguidos, Deixae-vos ca?r, Deixae-vos sumir E ser destroydos! Poys males sentidos Me dam tanta guerra Por ver minha terra.

Na can??o bearneza de Gast?o Phebus, existem estes mesmos elementos tradicionaes:

Aqu?res mountines Qui ta ha?tes soun, M'emp?chen de b?de Mas amous oun soun. Si subi las b?de Ou las rancountr?, Pass?ri l'ayguete Ch?us po? dem'nega.

Em um canto proven?al moderno de Jasmim, ao referir-se aos refrens que ress?am pelos ?res, intercala este vestigio tradicional das antigas pastorellas:

Aquellos muntaynos Que tam hautos sun, M'empachon de beyre Mas amus un sun; Baycha-bus, muntaynos, Planos, hausab?s, Perque posqui beyre Un sun mas am?s.

Sol-o ramo verde, frolido Vodas fazem ao meu amigo; e choram olhos de amor.

Uma can??o de Jo?o de Gaya, termina com esta rubrica preciosa: <

V?s avedes los olhos verdes e matar-me-hedes com elles.>>

Em outro logar o mesmo jogral satyrisando o alfaiate do bispo Dom Domingos Jardo, apresenta a rubrica: <

? pee d'huna torre bayla corpo e giolo, vedel o c?s, ay cavalleiro.>>

Estes vestigios accentuam a corrente popular que entrou nos Cancioneiros, e nos d?o a origem das mais bellas composi??es ou f?rmas tradicionaes que ahi se conservam.

Portugal, Galliza e Brazil t?o separados pelas vicissitudes politicas, conservam ainda inteira a sua unidade ethnica na tradi??o litteraria. ? o que pretendemos fazer sentir n'este livro.

Sei que porque est?s na Coru?a Xa non queres falar en galego.

THEOPHILO BRAGA.

NOTAS DE RODAP?:

Op. cit. p. 31, n.? 76.

A donzella de Biscaya ainda a m? preito saia de noite ao luar? etc.

Eis aqui alguns rif?es gallegos communs ? tradi??o portugueza:

Tempos van e tempos ven, Sufranse os que penas ten. O vino Fai o vello mocino.

No hai lua como a do Janeiro, Nin amor como o promeiro.

Digocho sogra, E entendemo nora.

O probe ? sempre mal home; O rico sempre ? un bendito.

Pascuas molladas, Moitas obratas; Pascuas enxoitas Nin poucas nin moitas.

Quen manda e fai Ten dous traballos.

O home por la palabra E o boi pola corda.

? conta dos meus compadres Rebandas ?s meus afillados.

Canto mais lle dan ? tolo Mailo tolo quer.

Dixolle o pote ? caldero Tirat' al? no me luxes.

No mes de Janeiro Vaite ? outeiro, Se ves verdejar P?nte a chorar; Se ves negrejar Ponte a bailar.

No mes de Janeiro Saben as berzas Coma o carneiro.

A muller e a ovella Cedo pra cortella.

O que escoita Mal de si oye.

OBRAS POETICAS CITADAS N'ESTE LIVRO

PARTE I

OS LYRICOS PORTUGUEZES

OS CINCO SENTIDOS

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